as mulheres decepam as macieiras em rituais de revitalização
os ramos choram a perda das mães deixam-se levar para as fogueiras do próximo inverno
estalam no calor das lareiras
as mulheres puxam os lenços para a frente dos olhos
espreitam as frestas solares nos céus de cinza
matam-se em milharais no sol a pino
os coelhos farejam as coelhas no cio saltam-lhes para cima e invadem a austrália
há cães com lamentos prolongados contra os horizontes de luzes nocturnas
perderam a identidade em ancestrais evoluções e sentem saudades
homens pelos campos perdidos na busca de suas sombras lançam surdas tristezas
m.f.s.
josé afonso / que amor não me engana
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Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noit...
Há 22 horas
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