quinta-feira, agosto 10, 2006

eu te vejo

eu que te vejo ao meio-dia sob o sol de agosto
persigo a tua sombra mínima sobre as rochas em fogo

eu que te invento em cores pálidas na planície
capto o teu pensamento a quatro dimensões

preso no futuro te vejo abandonado
tu a quem o destino roubou a alma o corpo a essência

sonho-te em transparências de rarefeitos ares
a cavalo no vento do deserto incomensurável

na palma da minha mão ainda tenho as cinzas
da paisagem por ti desenhada no meu peito

m.f.s.

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