o poeta de esquina não vê a
sombra com que o
candeeiro suspenso
escurece o chão sob os
seus sapatos amarrotados
discute com o seu
anagrama
a forma da palavra
que lhe escapa
o sentido do vulto
fugidio
em contra-luz
ensemisma-se
enquanto o
candeeiro lhe desenha
sombras de
morcego
não entende as vozes no
espelho
as simetrias das
oposições
as texturas das
nuvens em remoinho
cogita
m.f.s.
antónio osório / a inocente mala
-
Se eu fosse uma coisa, amaria ver-me
como comboio-correio. Longo e nocturno,
devassando o interior, contemplado
de fugida por pinhais e estrelas,
lobos, ...
Há 2 horas
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