ando de pedra em pedra soltas as dissonâncias
dos tempos em tumultuosos arremessos
as cantorias pelos socalcos soltam os
assobios das serpentes
as cascatas apressam as suas águas
tenho de apagar a luz
tenho de fechar as torneiras
limpar as janelas
escorraçar as baratas voadoras
sorrir às formigas
varrer o quintal
lavar a louça
a roupa
o corpo
talvez a alma
suspendo-me das músicas nos terrenos
baldios
agarro escrupulosamente uma rajada
direcciono um raio
para o crocdilo
à minha janela
fecho os olhos
abro os olhos
sobre os vulcões de suspiros
penteio displicentemente
os cabelos
m.f.s.
josé afonso / que amor não me engana
-
Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noit...
Há 18 horas
1 comentário:
É tão bom imaginar alguém trabalhando assim.
Gostei mais destas imagens:
..." sorrir às formigas"
..................
" penteio displicentemente
os cabelos "
Enviar um comentário