eram elas as gaivotas listradas como zebras
que pela manhã acordavam os caçadores de algas
com seus trinados da maria callas estendidos até
ao acordar dos gansos e de toda a criatura vivente
as ruinas dos castelos de areias estremeciam
com o voo rasante dessas imitadoras de ovnis
as ameias desmoronavam-se mais um pouco
e pintalgavam as costas dos caranguejos amarelos
em sobressalto os flamingos esbaforiam-se de rosas
os pelicanos vomitavam os peixes descarnados
e até os golfinhos perdiam o sorriso de seduções
as ostras ficavam indiferentes e lançavam suas pérolas
era então que as ditas gaivotas se esbaforiam também
ao ver os nácares preciosos nos fundos das belas águas
embatiam umas nas outras na pressa de chegar primeiro
mergulhavam afoitamente para as maravilhas de pôr
ao pescoço
m.f.s.
carlos eurico da costa / a forma e o tempo
-
II
Eis-nos não porque houvesse necessidade de estar
Mas porque temos connosco a maturidade lúcida do espaço
E se quero dizer-vos que há uma paragem
Pa...
Há 21 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário