segunda-feira, agosto 27, 2007

poetas do #poesia

Rock'n...

E a rapariga
de olhar lânguido
sussurra:
Já há romãs?
Uma voz no vento
responde:
"Já há tudo,
sempre, algures!"
Instintivamente
eu enfio as mãos
nos bolsos.
O buraquinho
lá está ao fundo
e eu retorno
aos meus passos,
e ao comprazimento
por se preservar
bem junto a mim
um refego de imperfeição
imaculada e impoluta
como estas linhas
outro monólogo tosco
ou só mais um pouco
de Rock'n Roll.
De qualquer modo
é meu e eu gosto,
Yes I do!

Luís Melo


Amorfo

Eu estava lá e vi!
De facto, vi tudo!
Vi-o levar a chama
a bom porto
como por destino
e por isso mesmo
a um único auge
numa só realidade.
Juro que vi!
E eu que o conhecia;
estava comigo
até se inflamar
e despojar-se.
Consumiu-se-lhe a existência
cumprindo-se, enfim,
numa exaustão.
Eu chamava-lhe
corriqueiramente
... Fósforo!
Ele nunca chamou
por ninguém.
Acabou o seu tempo
numa paz justa,
a paz do meu cinzeiro.

Luís Melo


o nome abriga um copo sonoro
um telefone cingido e determinado no
encalce desigual do gato inverosímil
mas serão gáveas diminutas em asfalto terrível e quando
o meu nome germinar vagar num ímpeto
prédios irão desfalecer em arcos ou sacramentalizar este
endereço estanque e verdejante
núvem ao jovem irrisório e crente entre os
liminares dísticos do ladrilho celestial
como ter toda a confiança entranhada num propósito cavalgante
e se vejo símbolos da voz pendular ou da voz pendular
como todos os pequenos animais das cidades usadas em roupas
vagem na árvore ave raça
ou rosa que amplie todos os fazeres
seja somente o suficiente para continuar a andar devagar
deixar e deixar de ler sentir a sua cura
fechar os nervos para lá das palmas e
núbil adro de episteme nos mangues se
entre as curiosidades da carola-redundante
o nome compreende- se sem as margens visíveis dos dias
que o sendo serão
já outros e outros dias

Alexandre Moreira

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