sairei de mim todas as manhãs
para lavar o quarto onde a alma se aninha
expulsarei os dragões dos vestígios
meteóricos
que me apanharam desprevenida
sairei pelas rotas dos pássaros viageiros
a cavalo nas résteas de luz matinal
vergarei a minha sombra
sobre os campos de mortífera neblina
escutarei
escutarei atentamente o vibrar
das minhas células gastas
à procura da renovação eterna
beberei da água descoberta em marte
à noite recolherei ao meu quarto
limpo das miasmas corrosivas
fecharei os olhos em sintonia
com as imagens que me povoam as
pálpebras cerradas
mfs
josé gomes ferreira / heróicas
-
XIX
Ouve, primavera: não te atrevas
a sair das rosas para o mundo.
Não venhas arrepender de beleza fácil
este meu instinto
– tão contra mim –
de morr...
Há 6 horas
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