sábado, março 22, 2008

escrito

como um gavião
um milhafre
um pardal
um mosquito

qualquer alado nesta atmosfera
ou noutra
mais alta
no nível seguinte

como as asas dessas alminhas
tento cortar os átomos
gravitacionais
das cinturas planetárias
rasgar a matéria
dos pensamentos olorosos
plantar as cores dos dilúvios
convergentes

esticar sorrisos incandescentes
nos rostos angelicais
das doces criaturas
dos frios infernos

as penas irisadas
das viajeiras mariposas
escurecem os sois
apagam os traços restantes
das veredas sem areias
nem trevos
nem pedras preciosas

como um véu embalado
no vento arrebatador dos
vales escondidos
nos braços das longas
serras
como um véu
dizia eu
levanto voo
apodero-me de todas as cores
de todos os odores
encantados
presos
entre os raios da luz
que acordam
os que produzem aquele
envolvente esvoaçar
das alegrias
seráficas


m.f.s.

3 comentários:

Anónimo disse...

talvez que um dia
as nossas almas libertadas

....cortem os átomos
gravitacionais
das cinturas planetárias
rasgando a matéria
dos pensamentos olorosos
plantando as cores dos dilúvios
convergentes

esticando sorrisos incandescentes
nos rostos angelicais
das doces criaturas
dos frios infernos.....

Frisco

PS- O que aconteceu com o Arthur C. Clarke? Um dos grandes inspiradores da minha juventude.
Alguma coisa ele fez e que não gostastes?
Dos 90 anos que viveu, passou os últimos 20, numa cadeira de rodas. Foi castigo mais do que suficiente, para o que quer que tenha feito...
Agora está liberto, penso eu...

fernanda disse...

O Arthur C. Clarke morreu... Não percebo a tua pergunta. Porque razão foi castigado?
Dei a notícia da sua morte no divagações.

Anónimo disse...

Peço muita desculpa.
Foi tudo um grande mal entendido,
da minha parte.

Frisco