todas as vozes se estilhaçam como pedras atiradas sobre águas paradas
todos os corações têm compartimentos secretos onde chave alguma permite a entrada
levo comigo um fio de ariadne para não me perder no mar da minha paisagem
respirar os pólens dos campos sobrevoados por sons inaudíveis dos atarefados insectos
vislumbrar o salto da lebre
a toca do grilo cantante
o restolhar que a serpente desenha no trigo decepado
rebolar pelas leves encostas das colinas verdes
fechar os olhos à luminosidade da luz que vem do alto
deixar-se possuir pelo súbito silêncio do crepúsculo tingido das cores que dizem adeus
abraçar as árvores
carlos eurico da costa / a forma e o tempo
-
II
Eis-nos não porque houvesse necessidade de estar
Mas porque temos connosco a maturidade lúcida do espaço
E se quero dizer-vos que há uma paragem
Pa...
Há 7 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário